Tenho cinco grãos de sal Pousados no meio da minha vista Não vejo o tempo Nem o campo Só os traços Apagados Duma morgue que está vazia
Tenho vento a mais na minha lágrima
Onde estás tu? Atrás de mim A supor que eu já esqueci O que Ainda é Eu Eu Eu Sem nada Sem perceber Com o sal a escorrer Pela cara E nós? Onde estamos? Atrás de ti A supor que somos qualquer coisa Sem ti Sem mim Com as pernas enroscadas no lençol velho A pensar em razões para chorar
Pedi três Deram-me duas E eu fui-me embora A respirar
Tantas desculpas Tão pouco tempo E eu a gastar os olhos No sal que nem aproveito Só me doi tudo Porque não sei o que dizer Não sei olhar para ti
Diz outra vez
Sou a minha miséria Tira-me daqui
E agora? Tenho cinco grãos de sal Caídos nas minhas mãos Sou um turista da circulação sem paragem Tira-me daqui Tira-me daqui Tira-me daqui
Estas feridas São amargas Só me lamento Não tenho o que Dizer.
Ajuda-me, por favor
Estou sem ti E agora Nem à minha morte acho graça.
Tenho cinco grãos de sal
ResponderEliminarPousados no meio da minha vista
Não vejo o tempo
Nem o campo
Só os traços
Apagados
Duma morgue que está vazia
Tenho vento a mais na minha lágrima
Onde estás tu?
Atrás de mim
A supor que eu já esqueci
O que
Ainda é
Eu
Eu
Eu
Sem nada
Sem perceber
Com o sal a escorrer
Pela cara
E nós?
Onde estamos?
Atrás de ti
A supor que somos qualquer coisa
Sem ti
Sem mim
Com as pernas enroscadas no lençol velho
A pensar em razões para chorar
Pedi três
Deram-me duas
E eu fui-me embora
A respirar
Tantas desculpas
Tão pouco tempo
E eu a gastar os olhos
No sal que nem aproveito
Só me doi tudo
Porque não sei o que dizer
Não sei olhar para ti
Diz outra vez
Sou a minha miséria
Tira-me daqui
E agora?
Tenho cinco grãos de sal
Caídos nas minhas mãos
Sou um turista da circulação sem paragem
Tira-me daqui
Tira-me daqui
Tira-me daqui
Estas feridas
São amargas
Só me lamento
Não tenho o que
Dizer.
Ajuda-me, por favor
Estou sem ti
E agora
Nem à minha morte acho graça.